Ideal Pessoal: “Servo do Criador e filho do Pai, como instrumento voluntário e humilde de Cristo, nas mãos de Maria.”
Kühr nasceu em Gotha/Turingia (Alemanha), em 14 de dezembro de 1895, e faleceu em Rolândia/Paraná (Brasil), no dia 27 de outubro de 1950.

Formado em Direito e Economia, estudou, simultaneamente, teologia. Sabia aplicar na vida prática as convicções e conhecimentos adquiridos. Isto conquistou-lhe alta estima, tanto por parte de líderes políticos, quanto no setor econômico.

Em 1922, casou-se com Helena Keespe. Para grande pesar do casal, não tiveram filhos.

Sua esposa, em janeiro de 1938, veio ao Brasil para visitar as terras que o casal havia comprado em Rolândia, cidade próxima à Londrina/PR. Ele viria mais tarde; porém, por causa de suas atividades político-sociais e envolvimento em partidos políticos neste tempo de guerra no “partido do Centro”, foi preso em março de 1938 e levado para o Campo de Concentração de Dachau, onde passou quase cinco anos e meio. Ali trabalhava na parte administrativa.

No “inferno” de Dachau, o Dr. Kühr conservava a sua dignidade e atitude cristã. Aproveitava sua posição para ajudar muitíssimos pobres e sofredores.

Conheceu então, o Pe. Kentenich e dele captou a idéia a respeito da formação do homem novo na comunidade, pois nesta visão, encontrou o que tanto buscava em suas reflexões pessoais. Com seu ideal pessoal como meta, colocou-se à disposição do Padre Kentenich em meio aos horrores de Dachau para a fundação da Obra das Famílias. Assim, em 16 de julho de 1942, o Dr. Kühr, pelas mãos do Pai Fundador, fez sua consagração e se tornou o primeiro noviço do Instituto das Famílias de Schoenstatt.

Em 1947, depois de dez anos sem ver sua esposa, conseguiu viajar ao Brasil para encontrá-la, e estar ao seu lado até o dia de sua morte, no ano de 1950.

Dr. Kühr ofereceu, conscientemente seu sofrimento e sua morte pela missão que abraçara em 16 de julho de 1942, no dia de sua consagração.

Seus restos mortais foram transladados numa urna do cemitério de Rolândia para o Monumento dos Heróis junto ao Santuário da “Esmagadora da Serpente”, em Londrina, cuja inauguração deu-se exatamente no ano de sua morte.

Palavras do Dr. Kühr a uma jovem família em 1949:

“O ser e a vida religiosa não podem ser conservados e desenvolvidos sem alimento contínuo e ambiente adequado, do mesmo modo que a vida corporal. A vida sacramental, pode-se dizer, dá o alimento; a oração, a leitura e a meditação são a respiração da alma… por isso, também considero indispensável fazer diariamente ao menos 15 minutos de leitura religiosa.”

“Quem cresce em coisas deste mundo mas negligencia a formação religiosa e espiritual é comparável a um homem, cujo coração permanece pequeno e fenece, enquanto o resto do corpo cresce. Tal homem é um doente incurável. Mas, esta doença é típica, principalmente para a camada hodierna dos assim chamados, intelectuais”.

Carta do Dr. Kühr ao Pai Fundador, em 05/08/1950 relatando sua doença incurável:

“…consagrei mais uma vez minha vida inteiramente e sem reservas à Mãe Três Vezes Admirável. Se meu sofrimento e minha morte contribuírem mais para a Obra do que minha vida, eu lha dou, que Ela a aceite e me alcance , de seu Filho, a graça de realizar esta entrega, como Ele o espera de mim, um filho de sua Mãe. Porém, se minha vida ajudar mais á Obra da Mãe, que me conceda novamente saúde e vida e me interceda a graça de, como instrumento em suas mãos, poder trabalhar e agir, sofrer e mais tarde também morrer para o Reino Mariano de Cristo, neste mundo”.

Resposta do Pai Fundador em 18/08/1950:

“Que posso te dizer agora? É a mesma atitude da Carta Branca e da Inscriptio que o ajudou a suportar os graves sofrimentos em Dachau”.

“Agradeço a Deus, agradeço também a ti que ficaste fiel a esta tua maneira de ver as coisas, agradeço-te principalmente que o fogo do teu amor por Schönstatt, apesar de todos os teus outros interesses, continue tão forte que ofereces tua vida pela Obra de Schönstatt. Sei que levas a sério, sei também que este sacrifício é fecundo, mais fecundo que toda a minha atividade pessoal. Deus te abençoe por isso.”

O Pai Fundador disse em Dachau no ano 1967:

“A missão que o Dr. Kühr assumiu é muito vasta. Exige um profundo espírito sacrifical e o holocausto de si mesmo. Com a missão também é transmitida força, objetivo e graça.”

Sobre o Autor

Juventude Masculina de Schoenstatt.