É muito frequente que nós tenhamos a sensação de que tudo está perdido e que não vale a pena lutar.

Ao nos depararmos com os diversos ataques a nossa fé, as nossas tentativas de perseverar no caminho reto, santo e pretendido por Deus, nos sentimos fracos e com medo. São ataques fortes, vem de todos os lados, e nos sentimos órfãos.

Ficamos tal qual Pedro, afundando nas águas, quando caminhava nelas na tempestade em direção a Cristo, e sentiu medo.

O Padre Kentenich fala sobre isso na terceira conferência, daquela série de 14 que o Padre Kentenich fez em Schoenstatt no ano de 1950, que são a principal fonte dos textos aqui publicados.

“Não nos deixa essa situação pessimistas e não nos tira o elan (sic)? Não nos leva ela a interrogar se este é o fim da sociedade humana (…)? O pessimismo tende a apossar-se da alma e abalá-la fortemente (…). Quem será capaz de dar uma resposta precisa? ”

Nosso Pai Fundador nos leva a pensar como chegamos a esse ponto. Segundo ele, as forças diabólicas estão fazendo grande progresso em nosso mundo, não apenas pelas próprias movimentações, mas pela permissividade humana também.

“Não devemos confessar que os da oposição, sob o seu ponto de vista, conseguiram êxito brilhante e se encontram numa singular marcha triunfal? Nossa contingência se contrapõe a singular força de atração e vitoriosidade do lado oposto. Eles sabem cativar o homem atual e envolver a massa popular em suas redes (…). Pessoas que até há pouco comungavam assiduamente estão hoje sob as rédeas dos inimigos (…). Em todo o caso, grandes êxitos e forte atração!

Todo tipo de artimanha foi utilizado pelo demônio durante toda a história da humanidade e muito em especial neste século, afligindo meticulosamente o Povo de Deus. Destruiu sem deixar rastro, e ainda por cima jogou as culpas sobre os outros, muito em especial sobre Deus, que segundo ele, seria um Deus distante que abandonara a criação ao seu próprio destino, sem apelo e sem agravo.

Daí a dificuldade de fazer o homem moderno sequer pensar em Deus. Como o Padre Kentenich diz:

Jamais podemos esquecer que o homem atual ama, de modo geral, mais as trevas do que a luz (…) Precisais estar cientes de que o demônio celebra hoje uma singular marcha triunfal. Sem a influência diabólica não se explica a atividade e o êxito brilhante dos adversários.

Onde o demônio jogou mais forte e com grande sucesso, foi em fazer crer aos homens de que não existia. Conseguiu fazer crer à humanidade quase inteira de que não existe.

Assim pôde trabalhar à vontade, sem ser detectado e destruir tudo o que era importante para derrotar as Forças do bem e levar à condenação o maior número de almas.

Para além desta mentira medonha, o diabo faz crer à humanidade de que tudo vai bem, dando a sensação de que os problemas que enfrentamos, sempre existiram e de que a ciência e a técnica tudo remediarão e solucionarão.

Curioso. A tal sociedade moderna, que leva o ideal Carpe Diem as últimas consequências, é a mesma sociedade que vive uma profunda uma tristeza disfarçada, camuflada por uma série de adornos que fazem aparentar uma felicidade que, no fundo, não existe.

Pois se a alegria é fruto do Espírito, a consequência das trevas é a tristeza.

Sabendo disso, o que fazer? Nas palavras do Padre Kentenich:

Está diante de nós o grande Antidiabolicum, a Mãe de Deus, convocada por Deus para esmagar a cabeça do demônio. Por isso em toda a parte, entre os católicos, desabrocha o espírito mariano, o amor e a veneração a Maria (…) Sim, levante-se o Deus vivo e disperse todos os seus inimigos, em especial, os poderes diabólicos!

O diabo durante este século venceu o povo de Deus. O povo de Deus está desbaratado, ainda com vida, mas enfraquecido. A Igreja também está em maus lençóis, mas de maneira nenhuma vencida.

A Igreja não está nem nunca estará vencida. Jesus Cristo assim o prometeu na sua vida terrena.

É a fé silenciosa e forte que um novo mundo está se desenvolvendo, um mundo cheio de luz e sol, um mundo no qual Cristo, o Rei do Universo, e a Mãe de Deus, a grande Rainha, triunfarão de modo singular (…). A singela fé nestas realidades confere certa calma e direção na aspiração pessoal.

Sobre o Autor

Líder de Ramo do Jumas Santa Maria (RS) e estudante de Engenharia de Computação na UFSM.