No livro Minha Filosofia de Educação, o Padre Kentenich expõe uma pequena síntese dos princípios teológicos e filosóficos que norteiam Schoenstatt. Na página 32, ele coloca a seguinte questão:

“Compreende-se que a preocupação pelo Renascer do Pai faça parte das tarefas mais centrais de toda a educação”

Nosso Pai Fundador coloca isso com importância maior: é necessário, segundo ele, a revitalização vigorosa e multiforme de uma nova imagem do pai, tal como o tempo de hoje a exige, segundo os desígnios de Deus.

Ele nos convida a analisar a raiz da enfermidade do homem moderno: a incapacidade de amar vigorosamente. O que isso significa? Ele diz:

“Sempre foi difícil, para o homem, conseguir que as suas forças instintivas e o seu indomável e tempestuoso arrebatamento se deixassem controlar e transformar por um verdadeiro amor (…). Isso se aplica, antes de tudo, às crescentes tendências de massificação que arrancam violentamente o homem à sua vinculação elementar e fundamental a Deus e aos homens (…). Parece inegável que, na medida em que desaparece o amor pessoal ao tu pessoal, humano e divino, a relação com os homens e com Deus despersonaliza-se e assume caráter puramente pragmático. Esse processo prepara terreno para o surgir do homem massificado, materializado, cansado de liberdade e incapaz de decisões”.

A ideia de “Renascer do Pai” está vinculada ao renascer do amor paternal, da sabedoria paternal e do cuidado paternal. O Padre Kentenich afirma: para que o amor paternal do homem cresça, é necessário orientá-lo pelo amor paternal de Deus.

Como? Pela filialidade.

“O renascer do pai implica (…) um renascer da verdadeira filialidade. Os dois estão interligados como causa e efeito. Quem deseje realizar o ideal da paternidade, deve esforçar-se, primeiro e ao mesmo tempo, por um novo e profundo ser filial e por uma atitude filial efetiva”.

O Pai Fundador diz também que filialidade não é fraqueza.

Nos tempos atuais, criou-se a ideia de que o amor masculino católico deve ser muito piedoso, até arriscaria dizer, frouxo. Há uma difusão disso principalmente em retiros paroquiais organizados por jovens, onde o pessoal chora de maneira ruidosa ao som de alguma música mais lenta e a luz de velas. São homens sinceros e dignos de respeito; mas julgam, ilusoriamente, que o sentimento religioso se restringe apenas a isso.

A filialidade exige atos varonis, “como provam os ensinamentos e a vida de Jesus. Essa realidade manifesta-se na sua forma mais clássica no Getsemani (Lc. 22,39-47) e no Gólgota (Lc. 23,44-50). ”

“Vale a regra: O verdadeiro ser masculino é marcado pela característica: Puer et Pater. Quem nunca foi realmente filho diante de Deus (…) esforçar-se-á em vão por corporificar a paternidade (…) como atitude fundamental. Deve-se entender (…) uma outra regra, que descreve o ideal masculino e paternal: Diante de Deus, filho. Diante dos homens, homem. Diante dos discípulos, pai.

Quem é dirigente de pioneiros sabe: a terceira lei diz: “O pioneiro conquista um amor puro e varonil”. Nós, como Juventude Masculina de Schoenstatt (e como mais velhos, espelho dos pioneiros), devemos também trazer isso para nós.

Sobre o Autor

Líder de Ramo do Jumas Santa Maria (RS) e estudante de Engenharia de Computação na UFSM.