O Homem Novo vive para realizar, com audácia, a mudança social“, diz a oitava cláusula do Código da Aliança do JUMAS.  Neste contexto vale a pena ler e debater em nossos grupos o discurso do Papa Francisco aos movimentos populares na Bolívia. É longo, mas dá para refletir muito sobre o mundo em que vivemos. Ser JUMAS nestes tempos é escutar a voz do Papa Francisco e se deixar interpelar por ela! JUMAS é Igreja; portanto, não podemos ficar indiferentes aos ensinamentos do nosso pastor.

Neste discurso Francisco fala do PROTAGONISMO – palavra muito querida pela nossa “Geração Missionária” – e nos questiona sobre como podemos contribuir efetivamente na mudança da sociedade em que vivemos, que gera “múltiplas injustiças e exclusões”.

“Atrevo-me a dizer que o futuro da humanidade está, em grande medida, nas vossas mãos, na vossa capacidade de vos organizar e promover alternativas criativas na busca diária dos “3 T” (trabalho, teto, terra), e também na vossa participação como protagonistas nos grandes processos de mudança nacionais, regionais e mundiais. Não se acanhem!” Estas foram algumas das corajosas palavras do Papa aos que ele alenta a serem “semeadores da mudança”. Servem, portanto, também para nós que temos a missão de formar “homens novos numa nova sociedade“.

Não se trata de um discurso político-partidário nem ideológico, mas evangélico, baseado na Doutrina Social da Igreja e no qual ecoam também sua recente encíclica Laudato Sí e sua primeira Exortação Apostólica Evangelii Gaudium. Francisco propõe três grandes tarefas: pôr a economia ao serviço dos povos; unir os povos no caminho da paz e da justiça; e defender a Mãe Terra, a casa comum de todos. Vale recordar que uma Igreja do povo e atenta ao povo é uma das imagens de Igreja mais queridas pelo Papa atual. Um povo fiel, portador da fé verdadeira da Igreja, em cujo desenvolvimento e manifestações histórico-culturais Deus se manifesta autenticamente e deve ser escutado, como ensina a Teologia do Povo, que marcou a formação e a experiência eclesial do atual Bispo de Roma.

No discurso também não faltou o toque mariano, tão próprio de Francisco e dos povos latino-americanos: “No coração, tenhamos sempre a Virgem Maria, uma jovem humilde duma pequena aldeia perdida na periferia dum grande império, uma mãe sem teto que soube transformar um curral de animais na casa de Jesus com uns pobres paninhos e uma montanha de ternura. Maria é sinal de esperança para os povos que sofrem dores de parto até que brote a justiça. Rezo à Virgem do Carmo, padroeira da Bolívia, para fazer com que este nosso Encontro seja fermento de mudança.”

 

Por: Pe. Alexandre Awi – Assessor JUMAS Sudeste

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