Hoje é dia 24 de dezembro, véspera de Natal. Como de praxe, a maior parte das famílias se reúne em torno da mesa pela primeira vez no ano, aquele jovenzinho ~descolado~ que passou o ano todo reclamando dos pais “retrógrados” no Twitter resolve aparecer querendo o último celular lançado, as reportagens de sempre falando das vitrines decoradas e das pessoas que deixam tudo para a última hora, sempre tomando o devido cuidado de ocultar sobre o que o Natal realmente se trata.

Na homilia da véspera de Natal, o Padre Kentenich segue falando sobre a ansiedade que essa data nos causa. A ansiedade é, segundo ele, o sentimento predominante nos cristãos nessa época.

“Uma velha lenda conta a história de um sino escondido que é completamente silencioso ao longo do ano, mas quando o Natal vem, esse sino começa a tocar alegremente. Onde está escondido este sino? Está escondido em nossos próprios corações. O Natal é o momento em que muitos anseios e esperanças voltam à superfície. Esses desejos precisam ser cumpridos. ”

Quando os sinos das Igrejas tocam na noite do dia 24, é um convite para irmos a Belém e vermos o verdadeiro sentido do Natal, acima de presentes, papais noéis e uvas passas no arroz: encontraremos o Salvador, Cristo menino, em uma manjedoura.

O Padre Kentenich nos leva a pensar se conseguimos perceber isso.

“Somos livres o suficiente para deixar tudo o resto – nossas preocupações, nossas fraquezas, nossos problemas e distrações, nossa dependência de coisas materiais – e ir a Belém para fazer parte desse milagre sem fim? ”

Durante o Advento, vimos algumas homilias feitas pelo Pai Fundador. Todas elas tinham como ponto central a ansiedade, a saudade, a esperança. E agora, no Natal, temos naquela manjedoura, a nossa “calmaria”, nossa resposta.

“É uma resposta para esse chamado contínuo e desesperado da raça humana desde o início dos tempos – o anseio pela paz. Ansiamos pela paz em nossos próprios corações, porque estamos todos tão divididos interiormente. Ansiamos pela paz em nossas famílias, porque geralmente há conflitos e feridas. Ansiamos pela paz em todas as nações, em todo o mundo, para que nossos filhos possam crescer em segurança e ter um futuro.

Os sinos chamam a nós, homens e mulheres de boa vontade. Esta noite, na cidade de Davi, um Menino nos foi dado e nos espera. A noite do dia 24 é a celebração do Príncipe da paz em nosso mundo. É também a celebração da própria paz.

Mas, e quando teremos uma paz verdadeira e duradoura nesse mundo tão volátil?

Quando damos a Deus a glória, quando colocamos Deus firmemente no centro de nossas vidas. Quem coloca o Senhor no centro, quem quer que tenha a liberdade de separar-se de tudo o que nos retém de Deus verdadeiramente amoroso e nosso próximo, receberá o dom da paz em seus corações. Esta é a firme promessa do Natal. Esta é a nossa oração que novamente trouxemos para o Cristo menino na manjedoura: Dê paz aos nossos corações, paz nos nossos lares, paz ao mundo inteiro!

Desde já, desejo a todos uma feliz e abençoada véspera de Natal. Que todos nós possamos celebrar, em família e como Família de Schoenstatt, as dádivas que emanam do Santuário, e especialmente nesse dia, daquela manjedoura em Belém.

Sobre o Autor

Líder de Ramo do Jumas Santa Maria (RS) e estudante de Engenharia de Computação na UFSM.