O Padre Kentenich e a cultura do corpo 19 de outubro de 2017 Quem conhece a bibliografia de Schoenstatt mais a fundo sabe: o Padre Kentenich sempre assegurou a autonomia de corpo e alma, mas sem negar suas ligações estreitas, verificáveis na prática, resultando delas uma relação mútua. A alma é o princípio vital do corpo, e o corpo é o princípio formal da alma. Naquela série de conferências de 1950, na quinta delas, o Pai Fundador fala sobre a cultura negativa do corpo: “Considerai as relações mútuas dos sexos? Não segue tudo o movimento do pêndulo? Tudo está abalado! Os homens querem ser modernos (…). Cultura do corpo! Qual o sentido do corpo? Como deve ser visto metafisicamente? A cultura do corpo hoje redunda em culto dele. O sentido do corpo, em todas as circunstâncias, é absolutamente a forma bela, a saúde sem tomar em consideração as leis do ser e da moral? ” O Padre Kentenich falava de uma tendência da época, de um endeusamento do corpo bonito, perfeito, da prática física visando apenas a beleza e não a saúde, tanto entre homens quanto entre mulheres. Hoje essa prática se mantém, em menor grau, na cultura do vício na academia, nos suplementos, como sinônimo de masculinidade – configurando um dos sintomas da crise da identidade do homem moderno. O que mais existe hoje, na mídia e nos meios acadêmicos, é uma atitude de não respeito, profanação e dessacralização do que é templo de Deus, o corpo humano: o corpo descontruído, roubado de seu sexo em prol de uma pretensa “igualdade genderfluid”, agredido com piercings e tatuagens malfeitas cima a baixo, cujos donos não tem outro propósito de vida a não ser chocar quem os vê na rua. É uma obsessão, não se vê outro assunto na TV – “temos que destruir os estereótipos de gênero”, dizem os iluminados, 24 horas por dia, 7 dias por semana. É o novo rito do culto do corpo, em que se diluem todas as características mentais e espirituais em uma massa disforme. O Pai Fundador diz: “Temos que estudar o sentido do corpo. Ele não pode consistir (…) em ser ‘objeto dos prazeres’ (…), mas é instrumento da alma. Portanto, está a serviço dela, como seu companheiro, em certo sentido, equivalente. É portador de uma alma agraciada, e, por isso, habitação da Santíssima Trindade. ” Em um mundo focado em distorcer todos os princípios cristãos, nós, como Juventude Masculina de Schoenstatt, somos convidados a perseverar, com atenção constante na Ordem do Ser e do Agir, e com cuidado redobrado na autoeducação. Zelemos para ser uma nova geração, que se congregue e crie um mundo novo. Nas palavras do Padre Kentenich: “Quem hoje busca visão clara, deve atingir os últimos princípios. Ainda que os demais protestem, terá que persistir em seu caminho”.