O que é caráter?

Uma pesquisa rápida no Oráculo da Internet (ou seja, o Google) nos diz que “caráter é um conjunto de características e traços relativos à maneira de agir e de reagir de um indivíduo ou de um grupo. É um feitio moral. É a firmeza e coerência de atitudes”.

Uma outra definição de caráter foi dada pelo Padre Kentenich durante uma série de 14 conferências dadas por ele em Schoenstatt nos meses de julho, agosto e setembro de 1950, disponíveis no livro Linhas Fundamentais de uma Pedagogia Moderna para o Educador Católico, de sua autoria. Na quarta conferência, em que ele tratou dos efeitos da decadência no homem moderno, ele diz que um homem de caráter é aquele que “possui fim claro e por ele se dirige imperturbavelmente, não se importando com os ataques de cá ou de lá”.

Nessa mesma conferência, ele nos traz o conceito de “homem-filme”, considerado um dos principais efeitos da decadência da pessoa humana hoje em dia. Nas palavras do Pai, homem-filme é aquele “que reage somente às impressões sensitivas, sem juízo próprio”. Ele também aponta algo que é visível nos ambientes acadêmicos e de trabalho em que nós estamos inseridos:

“Quem (…) entrar na publicidade e sobressair aos demais, sendo diferente dos outros, terá que contar ser atacado e bombardeado de todos os lados. Mas importa resistir com calma soberana (…). Os homens que hoje me odeiam, amanhã serão capazes de abraçar-me (…). As suas palavras, tanto de amor quanto de ódio, não merecem ser tomadas a sério. Um fenômeno particular (…) é a incapacidade de julgar”.

O Padre Kentenich cita, como um clássico exemplo de traços do homem-filme na juventude, o nacional-socialismo:

“Recordemos as experiências feitas nos anos anteriores (1933 – 1945) – quanto mais se vociferava, mais crédito se dava. Não o conteúdo, nem o espírito atinge a massa. O homem (…) quer ser atingido por coisas deslumbrantes e sensacionais. Quem conquista o povo? O homem que possui voz vigorosa e trabalha com todos os meios sensacionais externos”.

Detalhe: lembrem-se que ele escreveu isso em 1950!

Vivemos numa geração em que o corpo se desenvolve cedo, a alma, não. A nossa geração não tem caráter, não consegue julgar sem apelar para o sentimentalismo desenfreado e fora de lugar. O homem sabe tudo, mas não consegue fazer um julgamento do que sabe, do que sente, do que vê.

O homem é um ignorante!

Nas palavras do Pai:

“Quão frequentemente são incapazes de omitir um juízo nas coisas práticas e na valorização da vida (…). Quem não souber isto, quem se nortear sempre de novo em seu ambiente, na opinião pública, poderá mudar de bandeira a toda hora”.

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A partir das palavras do Pai, podemos analisar nossa situação atual, como juventude, e tomar decisões firmes e cristãs. É nossa tarefa ser e propagar, como Juventude Masculina de Schoenstatt, uma geração capaz de pensar e julgar.

Sobre o Autor

Líder de Ramo do Jumas Santa Maria (RS) e estudante de Engenharia de Computação na UFSM.