Estamos no tempo do Advento. Esse é o período em que os católicos se preparam, por meio da oração e da penitência, para a grande solenidade do Natal.

Em 2014, o Padre de Schoenstatt DuncanMcVicar (http://schoenstatt.org.uk/), da Inglaterra, publicou diariamente, no período do Advento, pequenas meditações tiradas das homilias feitas por nosso Pai e Fundador, Padre José Kentenich, durante o Advento e Natal, entre 1962 e 1964, em Milwaukee, Estados Unidos. Na homilia do segundo domingo, ele fala sobre a sensação de espera e ansiedade gerada pelo Advento.

O advento se resume na experiência da esperança. Um dos mais antigos e mais populares hinos do Advento, que é cantado em todo o mundo expressa isso de forma impressionante: ‘O venha, venha, Emanuel … O venha, você é galho do tronco de Jessé… O venha, ao amanhecer… O venha, chave da casa de Davi’ Em palavras e canções, a sede de Deus encontra uma voz. Os cristãos são encorajados a se alegrar, porque o tempo da salvação aproxima-se. ”

No Natal, Deus revelou-se aos homens de uma maneira muito particular, manifestando-lhes a plenitude de seu amor, algo que seria impossível de se fazer somente pela criação. Daí a grandeza do Natal e o porquê de a Igreja, vestindo-se de roxo, dedicar um período da liturgia para a meditação desse acontecimento, ao longo de quatro semanas.

O objetivo do Advento é capacitar os cristãos a reconhecerem a presença de Cristo em suas vidas.

“Considerem, por exemplo, a Coroa do Advento: As folhas verdes apontam para a esperança e para a vida eterna, as velas acesas uma a uma, gradualmente, iluminam a escuridão com a mensagem de que a verdadeira Luz do mundo, Jesus, o Salvador está se aproximando. Qual é o anseio que rege o Advento? É sede de unir-se ao Senhor. É o anseio, nunca extinto, de experimentar em nós o cristão totalmente redimido. ”

Dizer que o Advento e o Natal foram alienados de seu sentido e resumidos a luzinhas piscando, árvores de garrafa PET em praças públicas e num velho barbudo de vermelho que dá presentes é infelizmente chover no molhado. A vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo é escondida pelas várias distrações do mundo e da alma.

“É uma espera de alguém ou algo que desejamos ter completamente para nós mesmos. Todos nós somos criados na ‘imagem e semelhança de Deus’, então nosso anseio por Deus é simplesmente parte integrante da condição humana. Este anseio nunca será totalmente satisfeito enquanto viajarmos aqui na Terra (…).  O advento é a hora de olhar através de nossos muitos desejos cotidianos e reencontrar o próprio Deus como o objetivo de nossa grande e mais básica esperança. Se não tivermos mais sede por ele, nosso anseio não durará muito e não nos dará a ‘centelha’ que precisamos realmente fazer espaço para Deus em nossas vidas. ”

A Igreja nos convida a renovar continuamente a lembrança de tão grande amor de Deus para conosco. A vinda de Cristo não foi proveitosa apenas para os seus contemporâneos, mas será a todos nós se, mediante a fé e os sacramentos, orientarmos nossa vida de acordo com os seus ensinamentos.

O Advento é uma realidade que cresce, desafia, muitas vezes exige esforço e até sacrifício. Na nossa jornada de fé, se nos contentamos em lutar como se estivéssemos passando por uma ‘colina mole’, só nos enganaremos em pensar que conseguimos um grande negócio. Na verdade, o anseio do avanço é mais como escalar uma montanha. É um anseio que cresce de forma constante, que atinge as alturas, não está rapidamente satisfeito com o medíocre. Sempre quer um pouco mais, esse pouco extra”.

Como Juventude Masculina de Schoenstatt, não nos encontremos distraídos ou comprometidos simplesmente a embelezar com iluminações as nossas casas. E sim preparemos, na nossa alma e nas nossas famílias, uma habitação onde Jesus se sinta acolhido com fé e amor.

Sobre o Autor

Líder de Ramo do Jumas Santa Maria (RS) e estudante de Engenharia de Computação na UFSM.