Deus quer dar algo à Igreja, à sociedade, através de Schoenstatt. E esse plano do que Ele quer entregar está se desdobrando pouco a pouco, durante toda a história de Schoenstatt.

Schoenstatt é um movimento que se destaca, que coloca na vanguarda desse Deus que governa o mundo, que intervém na história e que nos usa para realizar seus planos, sempre sujeito à nossa liberdade.

O Padre Kentenich fala várias vezes sobre momentos de irrupção de graças especiais. São momentos que não são independentes um do outro, mas fazem parte de um desenvolvimento histórico, de uma história ou de um plano de Deus que está sendo realizado no tempo.

E por essa razão, esses momentos – os marcos – estão intimamente relacionados uns com os outros. Este é o essencial de Schoenstatt.

É uma história sagrada. Todos os marcos estão orientados para o mesmo ponto.

Tendo isso em mente, vamos para o dia 20 de Janeiro de 1942. Pra entender esse marco – o segundo marco histórico – temos que pensar no que acontecera e estava acontecendo no mundo da época, com um olhar dedicado à Igreja e à Alemanha.

Na verdade. precisamos voltar um pouco mais no tempo – para 1937.

Naquela altura, o nazismo tomou tudo na Alemanha. A Igreja, por caminhos subterrâneos, tenta fazer a Encíclica Mit Brennender Sorge chegar a todas as paróquias. Nesta encíclica, o Papa condena o nazismo, como uma doutrina que está contra tudo o que Deus quer. Isso é lido em todas as paróquias, enganando a Gestapo, o que enfurece Hitler, cuja repressão se voltou contra a Igreja. Schoenstatt, como parte da Igreja, deve se dissolver ou operar nas catacumbas.

O padre Kentenich viveu neste mundo.

Ele sente que Schoenstatt é uma resposta para este tempo, para este homem, para esta sociedade. Ele vê que o que acontece com Hitler e o nazismo, o que acontece com Stalin e o comunismo, com Mussolini e o fascismo – são a mesma ideologia, que ele chama de bolchevismo. Ele se refere às heresias modernas como heresias do marxismo e do nazismo – chamadas por ele de heresias antropológicas.

Ele prevê que essas ideologias vão prejudicar muito mais o futuro.

Desde a ascensão de Hitler em 1933, estão sendo podadas, aos poucos, as possibilidades de florescimento de Schoenstatt em solo alemão. Os homens quase desaparecem, apenas alguns grupos pequenos trabalham nas paróquias. A Juventude Hitlerista era um incêndio que queimava e atraía todos e, pouco a pouco, não havia lugar na Alemanha para quem não fosse um defensor do Führer ou não seguisse os slogans do nazismo.

O Padre Kentenich nomeia o Pe. Albert Eise para ajudar casamentos e famílias. No entanto, a Gestapo, com Schoenstatt na mira, descobre algumas anotações do Pe. Eise, que depois é preso e acaba no campo de concentração. Desta forma, Schoenstatt é reduzido aos grupos mais íntimos, às Irmãs em particular.

O único “respiro” durante todo esse tempo foram os retiros que o Pe. Kentenich deu aos sacerdotes, desde a década de 1920. Esses retiros contavam com a presença de centenas deles. Isso ainda podia ser feito. Hitler ainda não tinha entrado nisso. Ainda.

(Texto escrito com base no curso “Segundo Marco: 20 de Janeiro” do Pe. Rafael Fernández)

Sobre o Autor

Líder de Ramo do Jumas Santa Maria (RS) e estudante de Engenharia de Computação na UFSM.