A partir de agora, entramos mais profundamente no segundo marco histórico.

O Padre Kentenich pensou que teria o mesmo destino do Pe. Eise, porque a Gestapo já havia encontrado documentos valiosos para seus propósitos. Na verdade, em setembro de 1941, o Pe. Kentenich ia pregar um retiro para os sacerdotes. Os sacerdotes estavam chegando a Schoenstatt quando os oficiais da Gestapo apareceram, se apresentaram ao Pai Fundador e lhe disseram que deveria acompanhá-los para um interrogatório.

O Padre Kentenich adverte-lhes que seria melhor se eles o deixassem terminar o retiro. Se o levassem imediatamente, todos saberiam desse fato, porque os sacerdotes vinham de toda a Alemanha. E ele prometeu que se apresentaria após o fim do retiro no quartel da Gestapo, em Koblenz, perto de Schoenstatt. A Gestapo aceita a proposição.

No final do retiro, o Pai Fundador faz uma pregação muito bonita sobre a Santíssima Virgem. Ele não disse nada a ninguém sobre o que aconteceu momentos antes.

A partir dai, a história é bem conhecida de nós, schoenstattianos. Terminando o interrogatório, o Pai é enviado para um bunker, deixado por um mês, sem luz, sem janelas, em um espaço muito pequeno. Era uma espécie de tortura a que a Gestapo submetia as pessoas. O fato é que depois de um mês, o Pai sai bem e dizendo que estar lá era como estar em um retiro. Nessas circunstâncias, sua atitude era dizer:

Deus o permite, Deus quer isso, eu encaro com tranquilidade.

O padre Kentenich disse:

Deus quer, Deus o permite e é a oportunidade que nos é dada para demonstrar que Schoenstatt é realmente uma obra de Deus; temos que levar a aliança de amor a sério e oferecer-nos à Santíssima Mãe nesse espírito. Eu, com prazer, ofereço minha liberdade, sendo preso, pela liberdade da Família; isto é, que as Irmãs, os Padres alcancem a perfeita liberdade dos filhos de Deus, a santidade, a vida verdadeiramente profunda de Schoenstatt. Eu, com prazer, ofereço ao Senhor e à Santíssima Mãe, minha liberdade”

Esse é o espírito que está começando a ser gerado e que o Padre Kentenich, do bunker em Koblenz, e posteriormente de Dachau, quer encorajar.

(Imagem: Quartel General da Gestapo em Koblenz. Texto escrito com base no curso “Segundo Marco: 20 de Janeiro” do Pe. Rafael Fernández)

Sobre o Autor

Líder de Ramo do Jumas Santa Maria (RS) e estudante de Engenharia de Computação na UFSM.