A história e as atitudes do primeiro Herói de Schoenstatt beatificado

Hoje comemoramos o dia do primeiro beato de Schoenstatt: Carlos Leisner. Esta data não é motivo de festa somente para nós da família de Schoenstatt, mas também para toda a Igreja. Com a mão no pulso do tempo, hoje, em seu dia, queremos aprofundar um pouco mais na história deste nosso herói, refletir suas virtudes e nos motivar a seguir construindo o novo século de Schoenstatt.

Primeiro vamos para alguns dados de sua vida:
“ Karl Leisner, foi o primeiro membro do Movimento de Schoenstatt a ser beatificado. O Papa João Paulo II beatificou-o em 23 de Junho de 1993.
Nasceu a 28 de Fevereiro de 1915, em Rees, Alemanha.
Foi para Schoenstatt, pela primeira vez, em 1933, onde iniciou os seus estudos de Teologia no Seminário de Münster, no ano de 1934. Carlos Leisner tornou-se dirigente da juventude masculina de Schoenstatt, da diocese de Münster, e desejou ser sacerdote.
Em 1939, teve que deixar os seus estudos e a querida tarefa de dirigente, pois, foi obrigado a servir o exército de Hittler.
Os maus tratos e a difícil situação levaram-no a contrair tuberculose. Mesmo doente, é enviado para o campo de concentração de Dachau. No Campo, encontrou-se com outros sacerdotes schoenstattianos e continuou a sua vida de Aliança de Amor.
Em 1944, sob intenso perigo de vida e muito debilitado pela doença contraída, pelas mãos de Dom Gabriel Piguet, bispo francês, é ordenado sacerdote dentro do Campo de Concentração.
Dia 26 de Dezembro, celebrou a sua primeira e única Santa Missa.
Em 4 de Maio de 1945, saiu do campo muito doente. Os nazistas queriam impedir a sua morte no Campo, evitando que fosse proclamado como herói pela juventude. Leisner já não tinha mais condições de recuperar a sua saúde.
Passou as suas últimas semanas no Hospital de Planegg, em Munique. Só dois pensamentos lhe davam orientação: o amor e o sacrifício. Estava totalmente entregue ao amor de Deus, o amor que desejava transmitir a todos.
Em 12 de Agosto deste mesmo ano, selou eternamente sua Aliança de Amor, sendo chamado para o céu. Os seus restos mortais repousam na cripta de Xanten.”

Fonte: www.schoenstatt.pt

           Aprofundar-se na vida deste herói é parecido a abrir um livro e procurar respostas para os grandes questionamentos de nossa juventude. A partir de sua história é possível identificar atitudes fundamentais que regeram seu viver.

          Uma primeira virtude é a alegria. Nos diários que escreveu Carlos Leisner é perceptível que este nosso herói viveu uma juventude marcadamente alegre e marcadamente católica. Ou seja, ele, com seu exemplo conseguiu expressar que não é incompatível viver da fé católica e ser alegre, mas ao contrário nos ensina que é por ser católico que ele encontrou uma maior alegria. Frente a isso somos chamados a sermos alegres tanto em nossas atividades como JUMAS, quanto no nosso dia-a-dia. Ser alegre também é expressão de ser agradecido com aquilo que Deus concede a cada um e marcados por um profundo encontro com Cristo. Isso nos recorda as palavras de nosso papa Francisco em sua exortação apostólica Evangelii Gaudium (A Alegria do Evangelho):

“Como é bom que os jovens sejam «caminheiros da fé», felizes por levarem Jesus Cristo a cada esquina, a cada praça, a cada canto da Terra!” (EG106)
“Anunciar Cristo significa mostrar que crer nele e segui-lo não é algo apenas verdadeiro e justo, mas também belo, capaz de preencher a vida de um novo esplendor e de uma alegria profunda, mesmo no meio das provações.” (EG167)

A alegria que movia este herói vinha de uma certeza, expressado por ele, no ano de 1933: “Cristo é a minha paixão!”. E é guiado por esta frase que encontramos outra grande virtude de Carlos Leisner: A íntima relação dele com Cristo. Tal frase nos leva a perguntar como vivemos este vínculo ao Cristo-Tabor, que expressamos em nosso Ideal? Queremos como JUMAS ser este rosto de Cristo transfigurado no Tabor! Mas para isso precisamos cultivar este encontro com Cristo, na eucaristia, na oração, na confissão. E com relação a esse ultimo fica uma frase de Leisner sobre o sacramento da reconciliação: “Um verdadeiro domingo é o dia da ressurreição do coração”.

          O espírito de Liderança e a luta por seus valores e ideais. Em diversos momentos da vida de Carlos Leisner desempenhou um papel de líder frente aos seus companheiros, desde as excursões que faziam em bicicleta, até assumir ser dirigente da juventude católica no decanato de Kleve. Frente a esse espírito de liderança, é possível traduzir na linguagem de nossa Geração Missionária, o pilar do protagonismo. Em Leisner vemos um autêntico líder que possui um coração inflamado por Cristo, que é valente, firme, alegre e fiel. Alcançar estas virtudes e atitudes foi para Leisner um constante trabalho de auto-educação.

          No ano de 1933, quando conheceu Schoenstatt em um retiro de páscoa, o que o atrai é a imagem da Mãe de Deus e o trabalho com a Auto-educação. Dois elementos que desde cedo estiveram presentes na vida de Carlos Leisner. Certa vez escreveu: “Que seria de ti, Pátria, sem os lugares de graças da Mãe de Deus”. E já aos 14 anos elabora um plano ascético para sua vida (Ver em Castelo na Tormenta, Olivio Cesca, p. 14 e 15).

          Mesmo tendo que lutar e servir o exército de Hitler na RAD (Serviço militar obrigatório no tempo de Hitler), Leisner seguiu firme em seus ideias e valores, mesmo que lhe custasse a vida.

          Hoje como JUMAS também somos chamados a lutar por nossos ideais e valores. A partir do nosso Fórum em Brasília, assumimos a rezar e batalhar por um país melhor. Leisner assim o fez em seu tempo, hoje somos nós construtores deste novo século, somos nós os convidados a sermos os heróis deste novo tempo. O exemplo de Carlos Leisner nos mostrou algumas atitudes para rezar e batalhar pelo seu pais. E hoje quais são nossas atitudes para rezar e batalhar pelo Brasil?
Dica de Leitura: CESCA, Olivio, Castelo na Tormenta – Novela sobre a vida de Carlos Leisner.

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