É uma plenitude espiritual e psicológica participar de algo tão grandioso quanto o movimento Schoenstattiano. A imensidão da providência Divina nos indica que nada do que vivenciamos na vida terrena é tão puro e magnifico quanto à experiência de ver pulsar em si o coração de Maria.

A sensação de que o mundo ganha cor e consistência é a primeira impressão de uma rotina Mariana, onde conseguimos encontrar ramificações de estratégias e caminhos que nos auxiliam na restauração do bem-estar físico, espiritual e pessoal. O segredo está em um dos pilares do movimento: a autoeducação, algo que induz mudanças na forma de SE tratar e de socializar no meio em que vivemos.

Tal pilar é conhecido como um método pedagógico proposto pelo Pe. Kentenich, que nos guia ao encontro das nossas atitudes, vícios e hábitos que atuam como âncora e nos prende no fundo de um oceano de problemáticas que prejudicam gravemente a busca por uma qualidade de vida digna de homens e mulheres que trilham os caminhos do equilíbrio do corpo, mente e espírito.

No decorrer das interações nos grupos de vida, nos ocorre a ideia de que o processo de “auto-melhoria” é simples e fácil de conquistar. Adotamos então um pensamento automático de fortaleza e independência, que nos coloca, erroneamente, em uma muralha que acreditamos ser resistente a todos os desafios e complicações. Além disso, propósitos de Capitais de Graça que exigem de nós um esforço absurdamente descontrolado e mal direcionado, nos deixam suscetíveis à auto-sabotagem e à desistência.

Como admiradores e defensores da obra de Schoenstatt, que se espelham nos heróis e heroínas, aprendemos que, todas as atitudes que tiveram destaque na  expansão do movimento, obtiveram como antecedentes marcos históricos na sociedade e na vida de indivíduos próximos a eles que levaram os nossos inspiradores a tomarem decisões que influenciaram tantos outros a se espelharem nos atos de coragem e entrega. Um deles foi José Engling, que hoje é lembrado como um dos mais influentes heróis, justamente por ter ido além de suas capacidades, pensando no melhor pro bem comum. Muitos julgariam como insanidade ou exagero o fato de o mesmo ter se dedicado a fundo para ser “o documento de fundação vivido”, de acordo com o próprio Pe. Kentenich. Foi o maior exemplo de que a autoeducação vai muito além do trabalho individual e sistemático, que exibe uma face inocente e sem fundamentos. Ele viveu o movimento como quem necessita de um norte para seguir um determinado caminho. Atravessou limites, porém, com a consciência de que tudo foi um processo gradativo de conhecimento das próprias dificuldades, uma consciência que permite a evolução, diferente da loucura de acreditar que somos capazes de tudo, sem uma preparação constante e fiel ao cumprimento dos deveres mais simples.

Quando entendermos que as nossas capacidades humanas são limitadas, compreenderemos que ser um homem novo, tem muito mais semelhança com a consistência e significado das pequenas ações, mudanças e atitudes do que com a necessidade incontrolada de querer carregar mais do que os braços podem suportar, sendo assim o oposto de Maria, a mulher que tomou como lema de vida o silêncio e pequenez da Santidade.

O entendimento de que muitas vezes quantidade não é qualidade vem com a certeza de que, o caminho mais curto é conquistar o mundo com a loucura e a insanidade, e o caminho mais recompensador é aquele que seguimos respeitando nossa própria capacidade.

– João Paulo de Abreu Oliveira

Jumas Porto Alegre, RS

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