A palavra sacrifício vem do latim sacrum-facere, que significa “fazer sagrado”. E exatamente com este intuito nosso Pai Fundador, Padre Kentenich, incute em nossa pedagogia schoenstatteana o Capital de Graças, que não são só grandes sacrifícios, mas também todas as atitudes cotidianas sendo presenteadas nas mãos da Mãe de Deus e do próprio Jesus.

Este “fazer sagrado” nos remete ao sacrifício maior que Jesus Cristo já fez por cada um de nós e por nossos pecados, doando livremente sua vida na cruz. Somos imagens e semelhanças Dele e por isso devemos dar essa pequena parcela de dispor, que nunca se igualaria ao dispor do altíssimo, mas ato este que vem ao encontro da nossa busca diária de santidade.

O tempo quaresmal é um momento em que a igreja nos leva a refletir sobre nossa vida espiritual e ligação com Deus. “Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação.” (2 Cor 6, 1-2). Dias em que precisamos voltar aos braços do Pai, de corpo e alma, a fim de restabelecer com Ele e com nossa mãezinha nosso pacto, denominado Aliança de Amor.

O exemplo maior é de Jesus. Que jejuou 40 dias no deserto para poder enfrentar o demônio e nos mostra, com isso, que com desprendimento e oração podemos vencê-lo também!

Que nossos jejuns e abstinências não sejam hipócritas. Que os façamos do modo que nos ensina a sagrada escritura: sem tocar “trombetas” à nossa frente. E, ainda, tão importante quanto o sacrifício doado são as atitudes, linguajar e modos de ser do nosso dia-a-dia. De nada adianta jejuar, ficar sem comer carne alguns dias, sem bebidas alcoólicas e outros, e assim que se finda a quaresma “tirar a barriga da miséria”, como se diz vulgarmente, sem ter a mudança de conduta, sem o progresso espiritual!.

Façamos então, deste tempo quaresmal, um período em que, através de nossos intensivos capitais de graças, cheguemos mais próximos do coração e das vontades de Deus Pai. Deus que tem desígnios para a vida de cada um de nós e quer apenas o nosso SIM.

Henrique Soares